O artigo de Munck se propõe estudar a controvérsia ao redor do conceito da teoria dos jogos e da teoria da escolha racional, além de analisar os possíveis aportes dessa teoria para a Ciência Política, e mais especificamente para o campo da Política Comparada. O seu estudo recapitula de forma detalhada as diferentes opiniões dos principais autores que defenderam (ele distingue as diferentes posturas dos puristas e dos pragmatistas) ou criticaram diferentes aspectos desta teoria do comportamento humano.
Além disso, Munck acrescenta seu próprio ponto de vista, às vezes justificando os adeptos da TER, outras demonstrando até que ponto seus argumentos são puramente dogmáticos. O artigo constitui um desafio para os defensores da teoria dos jogos, já que põe em evidência as falhas da teoria e como uma boa parte delas, até agora, ainda não foi resolvida.
[...] Mas os teóricos das Políticas Comparadas só começaram a aplicá-la faz umas duas décadas. Como afirmado por Munck, “alguns destacados comparativistas publicaram estudos nos quais aplicavam a TER e a teoria dos jogos a temas de grande interesse para os estudiosos da área, tais como a democratização, reforma econômica, mobilização étnica e nacionalismo”, mas estes estudos ainda têm que ser aprofundados e melhor difundidos. Mesmo assim, existem posições claramente divergentes com respeito à TER. Alguns acham que é o único método para a formulação de teorias pertinentes, enquanto outros acreditam que se trata de uma teoria inútil no campo da política. [...]
[...] "Teoria dos Jogos e Política Comparada segundo a perspectiva", Gerardo L. Munck O artigo de Munck se propõe estudar a controvérsia ao redor do conceito da teoria dos jogos e da teoria da escolha racional além de analisar os possíveis aportes dessa teoria para a Ciência Política, e mais especificamente para o campo da Política Comparada. O seu estudo recapitula de forma detalhada as diferentes opiniões dos principais autores que defenderam (ele distingue as diferentes posturas dos puristas e dos pragmatistas) ou criticaram diferentes aspectos desta teoria do comportamento humano. [...]
[...] A ultima das etapas, a do teste da modelagem, é outro dos objetos de controvérsia. Os autores concordam com relação ao objetivo do modelo da teoria dos jogos: atingir um conhecimento científico sobre os fenômenos do comportamento humano, de mesmo que com relação ao fato da maioria dos pesquisadores priorizarem as etapas da construção e da solução dos modelos, e darem uma importância menor a esta ultima etapa. No entanto, alguns criticam a cisão entre os simples “construtores” de modelos, e que se interessam por problemas reais”. [...]
[...] Trata-se, sem dúvida, de um artigo essencial, não somente para poder melhorar a aplicação da teoria dos jogos na Política Comparada, como também para começar a assumir que a importância da teoria dos jogos não é tão excepcional como alguns acreditam, até porque sua universalidade foi refutada. O autor também sugere a necessidade de um debate sobre as deficiências da teoria dos jogos, já que a postura dos seus adeptos mais fie, os puristas, são um absurdo. Os argumentos deles só fazem deslegitimar a teoria dos jogos, sem contribuir a um diálogo com os autores da área da Política Comparada, que é precisamente o que necessita um assunto tão controvertido. [...]
[...] Ademais, autores como Riker criticaram que não existem provas fiáveis que os seres humanos sempre estão dispostos a obedecer a essas regras do jogo. De fato, em numerosas ocasiões eles modificam essas regras. Enquanto os puristas continuam na sua posição dogmática e não dão nenhuma resposta válida com relação à instabilidade das regras do jogo, os pragmatistas recorrem a teorias alternativas para explicá-las, diminuindo de novo o suposto alcance universal da teoria dos jogos. Do mesmo jeito que anteriormente, continuam defendendo restringir os campos de aplicabilidade da teoria. [...]
Source aux normes APA
Pour votre bibliographieLecture en ligne
avec notre liseuse dédiée !Contenu vérifié
par notre comité de lecture