Nascido em 1955, ele tem uma formação em biologia. Foi um militante activo do FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), foi diretor da Agência de Informações de Moçambique e colaborou em numerosas publicações (jornais, revistas, etc.) Depois de haver publicado colectâneas de poemas e de novelas, Mia Couto escribiu seu primeiro romance em 1992 (Terra sonâmbula). Vinte e Zinco foi publicado em abril de 1999, pela Colecção Caminho de Abril. Esta colecção publica livros sobre a Revolução dos Cravos em Lisbõa, o 25 de abril de 1974. Nesse período celebrava-se os 25 anos da queda do regime salazarista. Com este livro, temos a visão de um autor moçambicano sobre uma revolução que aconteceu em Lisbõa, longe das terras moçambicanas que, nessa altura, eram uma das chamadas “províncias ultramarinas portugueses” e eram controladas por alguns colonos portugueses, como os da polícia política portuguesa, a DGS (Direcção Geral de Seguridade), antiga PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado). O título é um jogo de palavras: O Portugal viviu seu Vinte e Cinco de abril, mas para Moçambique esse dia não tem o mesmo sabor, foi um Vinte e Zinco, a pobreza ficou. Basta ler isso: “Vinte e cinco é para vocês que vivem nos bairros de cimento. Para nós, negros pobres que vivemos na madeira e zinco, o nosso dia ainda está por vir.” O livro presenta-se como a percepção dia trás dia de um evento externo que, finalmente passa depois da vida cotidiana da gente que vive alí, em Moçambique.
[...] Marcelino era um mecânico, envolvido na política (mas particularmente nas acções do FRELIMO) e Irene era namorada com ele. Morreu numa prisão por suas acções revolucionárias. Mas a Irene não conhecía a fronteira do medo que os outros membros da família temíam e tentavam impor-lhe. Os personagens africanos são também muito interessantes. A Jessumina não é uma bruxa, é uma mulher com poderes, uma feiticeira, uma adivinha; aprendeu os segredos do saber chamanico africano durante sete anos nas águas de um lago. [...]
[...] Basta ler isso: “Vinte e cinco é para vocês que vivem nos bairros de cimento. Para nós, negros pobres que vivemos na madeira e zinco, os nossos dias ainda está por vir.” O livro presenta-se como a percepção dia trás dia de um evento externo que, finalmente passa depois da vida cotidiana da gente que vive alí, em Moçambique. Com efeito, do dia 19 até o 29 de abril de 1974, seguimos pouco a pouco os acontecimentos da vida de Lourenço de Castro, agente da PIDE em Moçambique, no mato africano. [...]
[...] Vinte e zinco, Mia Couto Mia Couto é um escritor moçambicano, filho do poeta Fernando Leite Couto. Nascido em 1955, ele tem uma formação em biologia. Foi um militante activo do FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), foi diretor da Agência de Informações de Moçambique e colaborou em numerosas publicações (jornais, revistas, etc.) Depois de haver publicado colectâneas de poemas e de novelas, Mia Couto escribiu seu primeiro romance em 1992 (Terra sonâmbula). Vinte e Zinco foi publicado em abril de 1999, pela Colecção Caminho de Abril. [...]
[...] Margarida a consultou para saber o que passava na sua casa e com o Lourenço. Andaré Tchuvisco é um preto que sempre foi ao serviço da família Castro: o pai Castra mandava para ele pintar o chão das celas da PIDE em vermelho para que não se veja o sangue. É cego, e no começo do livro não se sabe bem porque e de onde lhe vem sua cegueira (se diz que foi mordido por uma cobra ou que a morte infligiu-lhe isso quando era na barriga da sua mãe). [...]
[...] A maioria das citações é extraida dos cadernos de Irene, o que nos prova que a tia não é tanto louca que os outros creem. Suas frases são quase filosóficas e dam para reflectir. Finalmente, é do tom poético do qual mais gostei. Com efeito, Mia Couto utiliza muitas imagens poéticas que dão toda sua nobreza e profundidade ao livro. Antes mesmo de pesquisar informações biográficas sobre ele, eu sabía que era um grande poeta. [...]
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