"Os Mais" de Eça de Queirós é uma obra realista e naturalista. Conta a história de Carlos de Maia, neto de Afonso da Maia que se apaixona, sem o saber, pela irmã, Maria Eduarda. Neste tema principal, o realismo manifesta-se a partir do conceito de determinismo de Taine, o que acontece às personagens é producto da leis infléxiveis de raça, de momento, de meio, e, principalmente aqui, producto da hereditariedade. Outro tema importante neste romance, e que também caracteriza o realismo, é a crítica social que é feita ao longo de todo o livro através de episódios como : O jantar no hotel central, a corrida de cavalos, o jantar dos Gouvarinho, o sarau do teatro da trindade, o episódio final : passeio de carlos e Ega. De facto, o realismo caracteriza-se pela objectividade e é, segundo Eça de Queirós, « uma base filosófica para todas as concepções de espírito - uma lei, uma carta de guia, um roteiro do pensamento humano, na eterna região do belo, do bom e do justo,(...)é a crítica do Homem,(...)para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.(...)É não simplesmente o expôr (o real) minudente, trivial, fotográfico,(...)mas sim partir dele para a análise do Homem e sociedade." ». O excerto que vamos estudar insere-se nesta temática de crítica social, característica do realimo. Com efeito, é o episódio das corridas de cavalo em que a alta burguesia Lisboeta assiste e que acaba por uma briga geral, devido ao contestamento da vitória dum dos cavalos. Neste trecho o realismo aparece então, primeiro, a partir da descrição pormenorizada do hipódromo e das personagens, que caracteriza o realismo, e a partir da crítica social, feita neste episódio, e que vamos estudar.
[...] É uma descrição muito visual graças à omnipresença das cores : largo espaço verde (linha tons claros de sombrinhas (linha um baetão vermelho (linha na da direita, besunda por fora de azul claro (linha senhores quasi todas de escuro (linha cores alegres (linha 13) Isto dá à descrição uma impressão de quadro; é como se o hipódromo fosse uma pintura; impressão reforçada pelo uso do verbo pintar (linha 10). Através destas cores vemos que há um contraste entre cores alegres, claras e cores tristes, escuras. Este contraste revela uma discrepância entre as personagens e o espaço. [...]
[...] ]negrejava no brilho do sol, um magote apertado de gente [ . ] (linha [ . ]Na da direita besuntada por fora de azul claro, havia uma fila de senhoras quasi todas de escuro [ . E como se as personagens estivessem no sítio errado, ideia reforçada pelo uso da palavra perdido na linha 5. Relativamente à descrição das personagens, elas são quase sempre evocadas a partir do seu vestuário a maior parte à vontade com jaquetões claros [ ] a tiracolo [ ] linhas 17-18) o que mostra a importância das aparências e do vestuário para esta sociedade. [...]
[...] Este excesso de curiosidade, é também, a ocasião, para o narrador, de deshumanizar as personagens, que constituem uma massa de roupa e não indivíduos próprios : [ ] era uma massa tumultuosa de chapéus altos, de fatos claros, empurrado-se contra as escadas da tribuna real [ ] (p.3, linha 92) No entanto, há pessoas que parecem mais civilizadas e que tentam, de facto, acalmar as coisas Indivíduos, mais sérios indignaram-se com esta brutalidade p.3, linha 101, ] um homem baixote [ ] procurava romper, erguia os braços, exclamava, numa voz suplicante e rouca: - Por quem são, meus senhores . Um momento . [...]
[...] O realismo: "Os Maias", Eça de Queirós Os Mais de Eça de Queirós é uma obra realista e naturalista. Conta a história de Carlos de Maia, neto de Afonso da Maia que se apaixona, sem o saber, pela irmã, Maria Eduarda. Neste tema principal, o realismo manifesta- se a partir do conceito de determinismo de Taine, o que acontece às personagens é producto da leis infléxiveis de raça, de momento, de meio, principalmente aqui, producto da hereditariedade. Outro tema importante neste romance, e que também caracteriza o realismo, é a crítica social que é feita ao longo de todo o livro através de episódios como : O jantar no hotel central, a corrida de cavalos, o jantar dos Gouvarinho, o sarau do teatro da trindade, o episódio final : passeio de carlos e Ega. [...]
[...] No fundo todos nós somos fadistas ! Do que gostamos é de vinhaça, e e viola, e bordado, e viva lá seu compadre ! Aí está o que é ! ( p.3, linha 134-137). O Marquês, denuncia, desta maneira, a falta de civilização e de educação dos portugueses já evocada na linha 126 : [ ] desmanchando a linha postiça de civilização e a atitude forçada do decoro Cliford também chega a esta conclusão, na página embora não queira acreditar, acaba por criticar, o que nos é transmitido pelo discurso indirecto livre : Que diabo! [...]
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