Estudo de Doidinho, José Lins do Rego

Résumé du document

Doidinho, de José Lins do Rego é uma das três primeiras narrativas do autor com O menino do Engenho e Bangüê que constituem o chamado Ciclo da cana do açúcar. Em Doidinho, a personagem de Carlos de Melo, personagem autobiográfica, é um menino de 13 anos, neto dum senhor de Engenho que é enviado para um internato que marca o seu encontro com as durezas da vida. Este encontro manifesta-se através de três aspectos que vamos estudar : A família e o engenho, o ensino e as relações com os outros.

A entrada de Carlos de Melo no internato do Colégio de Itabaiana marca o primeiro afastamento do engenho de Santa Rosa e da sua família (« Era a primeira vez que me separava de minha gente »).
Isto provoca uma grande melancolia ao longo de toda a obra que se nota através da saudade expressa por Carlos : « E aos poucos, como uma dor que viesse picando devagarinho, a saudade do Santa Rosa me invadiu a alma inteira. O meu avô, os moleques, os campos, as negras, o gado, tudo me parecia perdido, muito de longe, de um mundo a que não podia mais voltar. », « Sentia de fato uma imensa saudade do engenho », « começavam a chegar […] as saudades de casa », « e uma saudade de casa começou a me agoniar ».

Extraits

[...] O primeiro verdadeiro contacto com ele occorre no recreio, enquanto todos deixam-no de lado, Coruja chegou-se e começou a falar com ele da sua vida. Esta iniciativa de Coruja contribui a dar-lhe importância aos olhos de Carlos : [ ]via Coruja crescendo no meio daquela gente pequena, como um grande, um forte [ ] A isto segui-se um pedido de Carlos feito a Coruja de lhe escrever uma carta para o avô contando tudo dos bolos de Maciel. O laço de amizade parece, com este pedido, já estar presente. [...]

[...] ] Como ficaria satisfeito se tivesse Coruja como As recordações de episódios vividos no engenho também contribuem para marcar a nostalgia que Carloes tem do Santa Rosa: “Lembrava-me de um preso do Pilar, morador do engenho [ . ] fui com o meu avô ao júri [ ] O afastamento da sua família provoca também em Carlos um sentimento de abandono que se nota com vários episódios. Primeiro, quando Carlos manda Coruja escrever uma carta para o Zé Paulino queixando-se da violência de Maciel Eu quero que você me escreva uma carta lá para casa, Coruja Com esta carta, Carlos pensa que o avô o tirará do colégio o meu avô me manda tirar do colégio no entanto, não é o que acontece. [...]

[...] Estudo de Doidinho, José Lins do Rego Doidinho, de José Lins do Rego é uma das três primeiras narrativas do autor com O menino do Engenho e Bangüê que constituem o chamado Ciclo da cana do açúcar. Em Doidinho, a personagem de Carlos de Melo, personagem autobiográfica, é um menino de 13 anos, neto dum senhor de Engenho que é enviado para um internato que marca o seu encontro com as durezas da vida. Este encontro manifesta-se através de três aspectos que vamos estudar : A família e o engenho, o ensino e as relações com os outros. [...]

[...] De facto, Carlos tinha relações com Paula, a negra cozinheira. Estas relações sexuais eram para Carlos uma maneira de fugir dos seus problemas, dos seus sofrimentos o mundo aonde vocês me levavam era um canto bem diferente da terra das minhas mágoas e dos meus desconsolos Finalmente, a última relação de Carlos que parece interessante estudar é a relação de amor com Maria Luísa. Uma relação baseada nos olhares Nunca lhe dissera uma palavra, nunca a ouvira chamar pelo meu nome que permitia a Carlos ajudá-lo a suportar o cativeiro No entanto este amor nunca se chegou a concretizar e pior ainda, apareceu um concorrente para o amor de Maria Luísa : Pedro Muniz . [...]

[...] Aliás o regresso ao Engenho durante as férias de Junho deixa Carlos muito feliz Fui dormir a minha primeira noite no Santa Rosa sam saber onde estava, de tão contente”. A ligação à terra é também evidente: abandonei o povo da casa pelo reconhecimento do meu reino abandonado”, Carlos considera o engenho como o seu reino, a sua posse, algo muito importante para ele. A noção de liberdade está também presente no relato deste regresso com a possibilidade de correr (“correndo por baixo das goiabeiras da horta, recuperava em um instante a meninice [ . [...]