O Cortiço é um romance naturalista do autor Brasileiro Aluísio Azevedo que trata do quotidiano numa habitação colectiva do Rio de Janeiro do século XIX. Vemos através deste quotidiano as dificuldades da vida num cortiço. O excerto que vamos estudar, situa-se no capitulo XI e segue o anuncio da gravidez de Florinda, e a tentativa de incêndio do cortiço pela bruxa. Relativamente à historia da personagem, o trecho segue o acto sexual forçado entre Pombinha e Léonie, uma prostituta.. Ele relata a passagem de Pombinha para o estatuto de mulher. Pombinha é uma jovem, orfã de pai, cuja mãe espera com impaciência que ela se torne mulher para ela se poder casar e assim melhorar a situação financeira. Esta passagem para o estatuto de mulher passa por varias etapas, nomeadamente pelo sonho, que vamos estudar.
[...] A luz é representada pelo sol que representa ao mesmo tempo a luz e o calor. O sol e a luz podem simbolizar varias coisas, nomeadamente, a fecundide e a vida, portanto o nascimento dum ser, aqui o ser mulher. O desejo e o prazer presentes neste sonho, com o aparecimento da borboleta são sensações que também são reais. O facto que tudo o que acontece seja um sonho acentua a intensidade do seu desejo sexual; Pombinha é obnubilada por este desejo e pelo prazer, tanto que ela até sonha com isto. [...]
[...] Cortiço", Aluisio Azevedo: estudo dum excerto do capitulo 11 O Cortiço é um romance naturalista do autor Brasileiro Aluísio Azevedo que trata do quotidiano numa habitação colectiva do Rio de Janeiro do século XIX. Vemos através deste quotidiano as dificuldades da vida num cortiço. O excerto que vamos estudar, situa-se no capitulo XI e segue o anuncio da gravidez de Florinda, e a tentativa de incêndio do cortiço pela bruxa. Relativamente à historia da personagem, o trecho segue o acto sexual forçado entre Pombinha e Léonie, uma prostituta . [...]
[...] A borboleta chega-se à flor, como o sexo masculino se chega ao sexo feminino. Os movimentos da borboleta também lembram os movimentos de vai e vém dum acto sexual: a borboleta, sam parar nunca, doidejava em todas as direcções ora fugindo rapida, ora se chegando lentamente", "Mas a borboleta, sempre doida, não conseguia deter-se; mal se adiantava, fugia logo, irrequieta, desvairada de volupia." Finalmente, a borboleta "sacudiu as asas com impeto" o que provoca o orgasmo de Pombinha: borboleta não pousou; mas, num delirio, convulsa de amor, sacudiu as asas com mais impeto e uma nuvem de poeira dourada desprendeu-se sobre a rosa, fazendo a donzela saltar gemidos e suspiros, tonta de gosto sob aquele efluvio luminoso e fecundante". [...]
[...] A borboleta surge do sol então o fogoso astro tremeu e agitou-se, desdobrando-se, abriu-se de par em par em duas asas [ ]mas de repente, nem que se lhe inflamassem os desejos, precipitou-se de cima agitando as asas, e veio, enorme borboleta de fogo"), o que remete como jà vimos para a evolução da borboleta; é como se o sol fosse a crisalida da borboleta. A borboleta nasce, a mulher também. O facto dela sair do sol também pode nos fazer pensar que ela é algo divino. Esta borboleta é uma "enorme borboleta de fogo" e tem "antenas de brasa", representa então o calor do desejo. Ela vem e colhe o pollen da rosa o que é metaforicamente, um "acto sexual". Na verdade, a rosa simboliza o sexo feminino. [...]
[...] Este desejo aparece também com a evocação da embriaguez ("uma embriaguez de flores traiçoeiras", "sob a luz tépida de um sol embriagador"), do êxtase ] mergulhando-a em fundas concentrações de êxtase") e com o campo lexical da tontura, da loucura a borboleta [ ] doidejava", "delirante de desejos", "sempre doida", "num delirio"). E um desejo incontrolavel: " Não pôde resistir", moça [ . ] vencida pelo seu delicioso entorpecimento", "uma sofeguidão lubrica, desensofrida apoderou-se da moça". Pombinha é tão desejosa que chama a borboleta e suplica-a: "Vem! [...]
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