Antes de o Partido Nazi adoptar a suástica e de a transformar num dos maiores ícones do ódio racial, ela atravessou o mundo como um símbolo de boa-sorte. Era reconhecida como tal na França, na Alemanha, na Grã-Bretanha, na Escandinávia, na China, no Japão, na Índia e nos Estados Unidos.
Quando a maioria das pessoas olha para uma suástica, a primeira coisa em que pensa é na Segunda Guerra Mundial, no Nazismo e no Holocausto. Em perseguição, tortura, sofrimento e morte. No entanto, este símbolo é considerado uma das mais remotas formas da Cruz, já que as mais antigas suásticas datam de 2500 ou 3000 a.C. (Índia e Ásia Central). Assim, para além de ser dos mais encontrados, considera-se, que é um dos mais antigos símbolos místicos da Humanidade1. A palavra “suástica” vem do sânscrito e significa “aquilo que traz boa sorte”. A sua raiz, “Svas”, quer dizer bondade.
[...] A mais conhecida suástica, que também pode ser chamada de Roda Solar, porque Simboliza o ano solar, com as suas quatro estações, representa a energia do cosmos em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos, consoante o lado para qual estão os braços: o horário, com os braços voltados para a direita (tal como o símbolo nazi), e o anti-horário, com os braços voltados para a esquerda. A suástica em sentido horário representa o movimento evolutivo do Universo, as forças da criação. A em sentido anti- horário remete para uma dinâmica involutiva, significa Entropia (as forças naturais que trabalham para o fim do Universo, para a destruição). Numa análise superficial, poderiam ser entendidas como a representação do Bem e do Mal, no entanto, considera-se que os dois lados da suástica têm o seu lado bom e o seu lado mau, tal como tudo na Natureza. [...]
[...] Em 2003, por exemplo, a Coca-Cola teve de retirar do mercado um brinde promocional em forma de robot, por ter gravadas no peito duas suásticas10, o que originou a revolta por parte da comunidade judaica. Esta não conseguiu compreender que esses símbolos não tinham qualquer ligação com a suástica nazi. Provavelmente, vai existir sempre este “estigma” em relação à cruz suástica, pois, por mais que se tente explicar que existem duas faces neste símbolo, existe sempre quem não consiga esquecer os horrores que a ela estiveram associados, num dos períodos mais negros da nossa História Universal. [...]
[...] Segundo os livros Raízes Ocultas do Nazismo de Nicholas Goodrick- Clarke e Hitler e as Religiões da Suástica de JeanMichel Angebert, é inegável o misticismo que envolvia o Partido Nacional Socialista, para além do seu carácter político. De acordo com a ideologia deste partido, um ariano era qualquer pessoa não-judaica, cujos ancestrais fossem nórdicos. A palavra vem do sânscrito e quer dizer Refere-se a um povo de guerreiros e está associada a um estereótipo físico: os olhos azuis, o cabelo loiro, a pele clara e a robustez. Estes guerreiros julgavam que a suástica era o talismã que os ajudava garantir as suas vitórias nas batalhas. [...]
[...] No entanto, verifica-se actualmente que novas ondas de racismo e xenofobia, designadas de neonazis, por ressuscitarem esses mesmos ideais, têm vindo a surgir um pouco por todo o mundo. No Brasil, por exemplo, em 1994, o presidente Itamar Franco proibiu o uso da suástica em todo o território, com o propósito de desencorajar o crescente neonazismo brasileiro. Nos EUA, tem-se verificado um aumento da divulgação da suástica, como símbolo do regime Nazi4. Na Grã-Bretanha5, em Maio de 2001, foram detidos cerca de 20 jovens, depois de várias manifestações de violência racista. [...]
[...] A sua raiz, quer dizer bondade. A universalidade Seria de estranhar o facto de este símbolo ser encontrado em diferentes culturas sem contacto entre elas, mas, na verdade, existe uma explicação muito simples: desenhar duas linhas rectas perpendiculares sobrepostas no seu centro, com um braço em cada extremo, é básico. Então, tal como o círculo, por exemplo, é de se esperar encontrar-se este símbolo repetidamente, em diferentes lugares e em diferentes épocas, devido à sua simplicidade. assim, se explica, também a enorme variedade de suásticas que existem e a sua diversidade a nível de simbologias. [...]
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