« O estado Português foi agregando a si uma série de áreas territoriais com poucos vínculos entre si, com acentuadas diferenças culturais e com condições de vida muito distinctas. O que fez a sua unidade foi a continuidade dum poder político que dominou o conjunto de uma maneira firme e fortemente centralizada » José Mattoso, A identidade Nacional.
Na citação aqui transcrita, José Mattoso, historiador Português, fala-nos da formação de Portugal salientando três aspectos principais : o alargamento progressivo do estado Português, os contrastes destes territórios anexados, e o poder político presente nesta época. Para perceber este fragmento, proponho, primeiro, relembrar as condições do nascimento de Portugal e o avanço progressivo da reconquista, explicar as diferenças culturais das diferentes áreas conquistadas e finalmente interessar-nos-emos ao poder político « firme e fortemente centralizado » que dominava neste período.
[...] Teresa, as filhas de D. Afonso VI, com o objectivo de limitar o desejo de autonomia do Condado Portucalense. A morte de D. Afonso VI, em 1109, D. Urraca ficou à frente do trono o que não agradou a todos. D. Henrique contribuiu a aumentar ainda mais a confusão dado que não de definiu a sua posição, isso com o objectivo de excercer uma liberdade de acção e parar de prestar vassalagem ao reino de Leão e Castela. Quando morreu, D. [...]
[...] Al ém disso agiu sempre com um objectivo bem definido que era constituir um reino maior, isto é agregando a si novas áreas territoriais, e obter um título. Para isso, opôs-se ao seu primo, D.Afonso VII, rei de Leão e Castela, recusando-se a ir ao seu coroamento que o declarava emperador. Mais tarde, jurou-lhe lealdade, amizade e submissão para poder aceder ao estatuto de rei, mas nunca cumpriu a promessa. Em relação à igreja, D. Afonso Henriques lutou para que o papa o reconhecesse como rei dum estado, enviando-lhe embaixadores. [...]
[...] Este território passou a ser designado por Condado Portucalense e tinha como sede Portucale. Formou-se assim um poder autónomo que ficou numa mesma família ( Os Vimara Peres) e que passava de geração a geração. Esta crescente autonomia começou a causar problemas ao rei de Leão e Castela dado que, o Condado Portucalense pertencia ao seu reino. No século XI, o rei imperador de Leão e Castela, D. Afonso VI decidiu mandar para a península dois duques de Burgonha : D. [...]
[...] Afonso Henriques desistisse. O carácter firme do seu poder de que nos fala José Mattoso, pode também ser interpretado como a designância dum poder forte na medida em que tinha um grande prestígio (devido à reconquista e ao fortalecimento do erário régio) e que tinha apoio (clero, nobreza). Relativamente à centralização do poder, podemos ver, ao longo da formação do que chamaremos mais tarde Portugal, uma continuidade na herança do poder dado que, como vimos os descendentes dos Vimara Peres ajudaram D.Afonso Henriques a conquistar o poder. [...]
[...] Afonso VII reconhece o reino de Portugal, no tratado de Zamora. Durante o seu longo reino, D. Afonso Henriques, conseguiu anexar vários territórios aos muçulmanos e foi até ao Tejo conquistando cinco cidades importantes : Leiria (1135), Santarém (1146), Lisboa, Sintra, Almada e Palmela (1147), Alcácer (1160) e quase todo o Alentejo ou seja uma grande parte do país actual. Como nos explica José Mattoso, estes territórios apresentavam várias diferenças culturais. De facto, a península ibérica foi, ao longo da história, occupada por diversos povos : os indoeuropeus (preceltas, celtas, fenícios, gregos, cartagineses, romanos, bárbaros , suévos e visigodos) e os muçulmanos. [...]
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